No Outubro Rosa, mais que simplesmente iluminar monumentos e prédios públicos, informar é a melhor forma de conscientizar sobre o câncer de mama. Sobretudo, por se tratar de uma preocupação real de saúde pública em todo o mundo. E, quando falamos em informação, nos referimos ao básico, desde o que é o câncer de mama até a prevenção.
Só para ter uma ideia da relevância do tema, este é o segundo mais comum entre as mulheres. Por isso, o diagnóstico precoce e acesso a informações precisas são cruciais na luta contra o câncer de mama.
Então, vamos falar sobre isso?
O que é o câncer de mama?
De modo geral, o câncer de mama é resultado do crescimento desordenado de células na região mamária que, então, adquirem características anormais. Dito de outra maneira, é a multiplicação desordenada das células anormais.
Essas anormalidades são causadas por uma ou mais mutações no material genético das células. Com isso, afeta tanto as células dos lobos mamários, responsáveis pela produção de leite, quanto as células dos ductos, por onde o leite é drenado.
Por isso, tem potencial para invadir outros órgãos, e não apenas os mais próximos às mamas.
Quais os fatores de risco?
Inicialmente, não existe uma causa única para o câncer de mama, mas uma complexa interação de elementos. Ou seja, diversos fatores se associam a um aumento no risco de desenvolver a doença. Por exemplo:
1. Idade: o risco aumenta significativamente com a idade, sendo mais comum em mulheres com mais de 50 anos.
2. Fatores endócrinos e história reprodutiva: elementos relacionados ao estímulo estrogênico estão associados a um maior risco de desenvolver câncer de mama. Isso inclui primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa tardia (após os 55 anos) e primeira gravidez após os 30 anos. Ainda, nuliparidade, uso de contraceptivos orais com estrogênio e progesterona, bem como terapia de reposição hormonal pós-menopausa com estrogênio e progesterona.
3. Fatores comportamentais e ambientais: hábitos de vida, como o consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso e inatividade física, são fatores de risco bem estabelecidos para o câncer de mama. Além disso, a exposição à radiação ionizante, principalmente radioterapia no tórax em idade jovem ou em mulheres submetidas a múltiplos exames de mamografia.
4. Fatores genético: mutações em genes específicos podem elevar o risco de câncer de mama. Por isso, mulheres com histórico familiar de tumores não só na mama, como ovário, podem ter predisposição hereditária.
5. Exposições ocupacionais: infelizmente, alguns ambientes de trabalho, como a indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo, apresentam um risco aumentado devido às substâncias carcinogênicas.
Principais sintomas do câncer de mama
A princípio, existem cinco sinais de alerta para o câncer de mama. São eles:
▪ Dor frequente na mama ou mamilo
▪ Irritação na pele
▪ Pele da mama com aspecto enrugado
▪ Mama total ou parcialmente inchada
▪ Caroço na mama e/ou na axila
▪ Secreção no mamilo
▪ Mamilo invertido
Mas, atenção, nem sempre os sinais acima são, necessariamente, indicativos do câncer de mama. Por isso, ao menor deles, é indispensável buscar atendimento médico para o diagnóstico preciso.
Tipos de câncer de mama
Sabia que existem diferentes tipos de mama? Não? Pois é, por isso, a importância da informação! Veja quais são eles:
1. Carcinoma Ductal In Situ
Ou câncer não invasivo. Inicialmente, representa aproximadamente 20% dos casos e, embora seja maligno, não se espalha para os tecidos mamários adjacentes ou outros órgãos. Isso significa que o tratamento é altamente eficaz.
Normalmente, envolve a remoção do nódulo e, em alguns casos, a conservação da mama. No entanto, é essencial lembrar que geralmente não apresenta sintomas. Logo, se não for diagnosticado e tratado a tempo, pode evoluir para uma forma invasiva.
2. Câncer de mama invasivo
Ao contrário do tipo acima, este câncer de mama pode se espalhar para outras áreas do corpo por meio do sistema linfático ou circulação sanguínea. Os dois mais comuns incluem o carcinoma ductal invasivo e o carcinoma lobular invasivo.
No primeiro, o tumor se desenvolve no ducto mamário. Daí, rompe as paredes e se espalha pelo tecido mamário. Já o segundo se origina nos lóbulos mamários, glândulas responsáveis pela produção de leite.
O tratamento depende de vários fatores, por exemplo, o estágio da doença. No entanto, a cirurgia para remoção do tumor é comum.
3. Triplo Negativo
Uma das formas mais agressivas do câncer de mama, tem alta capacidade de metástase. Um dos motivos que o torna tão desafiador é não ter receptores para hormônios femininos. Isso dificulta tanto o tratamento quanto o próprio diagnóstico. As terapias comuns incluem cirurgia, quimioterapia e imunoterapia.
4. Inflamatório
Variante invasiva (e rara) do câncer ductal, é conhecido por distender a mama. Assim, causa vermelhidão e inchaço, principalmente devido à obstrução dos vasos linfáticos pelas células cancerosas.
O diagnóstico eventualmente ocorre em estágios avançados, tornando-o altamente agressivo e suscetível a recorrências. O tratamento inclui quimioterapia, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal.
5. Doença de Paget
Associada a tipos invasivos de câncer de mama, caracteriza-se por afetar a aréola e o mamilo. Geralmente, é restrita a um seio e apresenta sintomas como vermelhidão, coceira, queimação, descamação e, em alguns casos, inversão do mamilo.
O tratamento é semelhante ao do câncer de mama invasivo, envolvendo cirurgia e radioterapia.
6. Angiossarcoma
Forma rara de câncer, afeta as células dos vasos sanguíneos ou do sistema linfático. Os sintomas incluem alterações na pele dos seios e nódulos. Em alguns casos, é uma complicação resultante de radioterapia anterior.
Devido à rápida disseminação, a mastectomia (remoção completa da mama) é frequentemente recomendada, no entanto, com a preservação dos linfonodos axilares na maioria dos casos.
7. Tumor Filoide
Outro tipo raro de câncer de mama, se desenvolve na parte adiposa dos seios. Geralmente, é benigno e requer apenas a remoção. Em raros casos de malignidade, a mastectomia é recomendada.
Importância do diagnóstico precoce
Quando falamos sobre os tipos de câncer de mama, pontuamos os principais tratamentos, certo? Mas, não tem como tratar da doença sem mencionar o diagnóstico precoce! Quando mais cedo o tumor é identificado, maiores são as chances de cura.
Só para ter uma ideia, o diagnóstico precoce eleva a cura em mais de 90% dos casos. Por isso, é fundamental que a mulher adquira o hábito do autoexame, a fim de identificar possíveis alterações na mama.
Porém, a mamografia regular ainda é o melhor exame para mapear tumores, mesmo quando ainda não são sensíveis ao toque.
Prevenção ainda é o melhor remédio
Embora haja fatores diversos para o surgimento do câncer de mama, a prevenção ainda é o melhor remédio. Além dos exames regulares, é fundamental adquirir estilo de vida mais saudável. Isso inclui seguir uma dieta alimentar adequada, evitar tabagismo e álcool, bem como praticar atividades físicas.
E, claro, agendar seu atendimento com nossos especialistas.
Referências